sábado, 1 de novembro de 2008

Vila Nova da Baronia

Igreja da Misericórdia/Igreja do Senhor dos Passos

A Igreja da Misericórdia/Igreja do Senhor dos Passos está situada em Vila Nova da Baronia, no encontro da Rua da Liberdade com a Rua Gil Vicente e tem o Nº IPA PT040203020018.

É de planta longitudinal, escalonada, composta por nave e capela-mor, mais estreita, a que se adossa, do lado da Epístola, a sacristia. Cobertura em telhado de duas águas, diferenciada para a capela-mor, mais baixa, e sacristia. Fachada principal orientada a Este, de um só pano, com portal de cantaria de verga recta com lintel direito, guarnição curvada e cruz em argamassa, sobrepujado por óculo e empena triangular com cinta, enquadrada por pináculos piramidais nos acrotérios laterais e acrotério central encimado por cruz. Alçado Sul de quatro panos delimitados por contrafortes de secção rectangular, encimados por pináculos piramidais; no terceiro tramo adossa-se o volume da capela lateral; embasamento rampeado de ligação dos contrafortes; volume da capela-mor de um pano cego, ligeiramente recuado. Alçado Oeste de um pano, cego, com empena triangular, adossando-se no ângulo Sudoeste. um pequeno campanário de planta rectangular de um olhal com coroamento piramidal. Alçado Sul com construções adossadas. Interior: de uma só nave, coberta por abóbada de berço arrancando de cornija, com quatro tramos definidos por arcos-diafragma que arrancam de modilhões ao nível da cornija. O conjunto é decorado por pintura mural, com vasta composição de lóbulos, folhagens e doze medalhões hagiográficos, com representação de Santo António, um Santo Papa, São Domingos, São Bento, São Luís e um santo Ermita; tabela ovóide no arco mestre com a data 1631; nos alçados distribuem-se superiormente pinturas alusivas a algumas Obras de Misericórdia corporais: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede (numa composição conjunta), dar pousada a peregrinos e pobres, resgatar os cativos, enterrar os mortos e curar os enfermos. Guarda-vento, com pia de água benta, à entrada, do lado da Epístola, e uma capela lateral no terceiro tramo, de cada lado, com arco de volta perfeita assente em pilastras e camarim envidraçado. Arco triunfal de volta perfeita assente em pilastras e três degraus; capela-mor com cobertura em abóbada de berço, arrancando de cornija, também decorada por composição pictórica, com destaque para as alegorias à Paixão de Cristo, enquanto nos prospectos laterais subsistem as figurações da "Última Ceia" (do lado do Evangelho) e da "Congregação dos Apóstolos" (do lado da Epístola); altar com Senhor Morto jacente, retábulo e sacrário de talha dourada e policromada, com painel de pintura a óleo sobre madeira, representando a "Visitação"; na parede do lado do Evangelho, porta de acesso à sacristia e janela.

Arquitectura religiosa, maneirista, barroca. Igreja de Misericórdia de planta longitudinal, cobertura em abóbada de berço, contrafortes de secção rectangular encimados por pináculos piramidais e extensas composições pictóricas, características da arquitectura das igrejas das Misericórdias do Baixo Alentejo no período do maneirismo pleno. O retábulo (muito truncado), o sacrário e as capelas laterais correspondem à orientação estilística do barroco joanino. Paredes de alvenaria de pedra e cal, rebocadas e caiadas; mísulas e elementos secundários de cantaria; pinturas murais; retábulo de talha dourada.



O edifício destaca-se pela profusão e elevada qualidade das pinturas murais que decoram as paredes e as abóbadas, e que são atribuídas a José Escobar; possui igualmente um retábulo digno de referência. Na frontaria da antiga Casa do Despacho encontra-se a seguinte inscrição, forjada no Século XVI por André de Resende: "...[A]NN (orum) LV FLA / [MINICAE] / PERPETVAE CIVITATIS MIRI / ETANORVM PVDICISS[I]M[A]E AC RE / [L] / IGIOSISSIMAE TEMPORIS SVI FEMINAE / [MAT] / RI ET AVIAE / PIISSIMAE FI(lii) / [ET] NEPOTES H(ic) S(ita) E(st) T(ibi) T(erra) L(evis)"; no seu interior destaca-se balcão de sacada de grade férrea com motivos geometrizantes.

A construção é da segunda metade do Século XVI. Em 1632 foram realizadas pinturas murais e o painel do retábulo-mor, em 1722 foram construídos os retábulos laterais e o sacrário e em 1980 foi adaptada a capela funerária, situação que se mantém na actualidade.

Fonte: www.monumentos.pt

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